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Itatim anos 70: Esquina da saudade, resistência memórias vivas

A Esquina da Saudade, localizada na Rua do Minador, em Itatim, carrega em seu nome as marcas de uma história que remonta à década de 70.

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Rua do minador em Itatim | Foto: Renata Chaves

A Esquina da Saudade, localizada na Rua do Minador, em Itatim, carrega em seu nome as marcas de uma história de luta e sobrevivência que remonta à década de 70. Naquela época, a cidade, situada no semiárido nordestino, enfrentava longos períodos de seca, e a falta de água era um desafio constante para os moradores. A cisterna da saudade, uma estrutura com 12 metros de profundidade que extraía água salgada, tornou-se um ponto crucial para a comunidade. Sem essa fonte de água, a sobrevivência teria sido ainda mais difícil para os habitantes, especialmente em um período em que alternativas eram escassas.

A vida em Itatim na década de 70 era marcada por dificuldades. As entrevistas realizadas com antigos moradores revelam o quanto a falta de água afetava o dia a dia das pessoas. A Esquina da Saudade, onde ficava uma vendinha, tornou-se um ponto de referência para a comunidade, não só pela presença da cisterna, mas também pelo papel social que o local desempenhava. Ali, famílias como a de Maria Almeida de Andrade e Manoel Ribeiro Machado encontraram um lugar de apoio mútuo em tempos de adversidade. A Rua do Minador, assim denominada por causa da cisterna, foi um símbolo de esperança em meio à aridez do sertão.

Embora hoje a Esquina da Saudade seja um lugar bastante populoso e a cisterna ainda exista, a função dela mudou significativamente. A água da cisterna já não é mais utilizada, mas o local ainda mantém o nome que remete ao passado. A história desse ponto de Itatim é um testemunho da capacidade de adaptação e resiliência dos moradores diante das adversidades. O nome “Esquina da Saudade” continua a evocar as memórias de um tempo em que a união da comunidade era essencial para superar os desafios impostos pela natureza.

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O impacto da cisterna da saudade na década de 70 foi tão significativo que, sem ela, muitos dos antigos moradores de Itatim poderiam ter sido obrigados a migrar em busca de água e alimentos. A presença dessa fonte de água salobra, embora longe do ideal, foi crucial para a permanência de muitas famílias na região. A Esquina da Saudade, portanto, não é apenas um local geográfico, mas um símbolo da resistência e da importância da comunidade em tempos de crise.

Hoje, ao caminhar pela Rua do Minador, é difícil imaginar as dificuldades que os moradores de Itatim enfrentaram há quase meio século. No entanto, a Esquina da Saudade e a cisterna ainda estão lá, como testemunhas silenciosas de uma época em que a vida era uma luta diária pela sobrevivência. A memória desse local e das pessoas que ali viveram é um legado que continua a ser lembrado, garantindo que a história de resiliência e solidariedade de Itatim nunca seja esquecida.

Itatim anos 70 Esquina da saudade, resistência memórias vivas
Cisterna da Saudade, Rua do minador em Itatim | Foto: Renata Chaves
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