A fumaça branca voltou a subir do alto da Capela Sistina, no Vaticano, às 13h10 desta quinta-feira (8), sinalizando ao mundo a escolha do novo Papa. O cardeal americano Robert Prevost, de 69 anos, foi eleito como o sucessor de Francisco e assumirá o pontificado sob o título de Papa Leão XIV. Após dois dias de Conclave, os 133 cardeais reunidos chegaram a um consenso em torno do nome do religioso natural de Chicago, reconhecido por seu perfil discreto e por sua trajetória missionária no Peru. A eleição marca um novo capítulo na história da Igreja Católica, com a chegada de um líder que simboliza a continuidade, mas também abre espaço para uma possível renovação pastoral.
Robert Prevost foi uma figura de bastidores durante boa parte de sua vida clerical. Nomeado cardeal por Francisco em 2023, ele é conhecido pelo temperamento sereno e pela firme defesa das causas sociais, um dos pilares do pontificado anterior. Embora pouco conhecido fora dos círculos eclesiásticos até recentemente, Prevost construiu uma sólida reputação durante os anos em que atuou como missionário e depois como bispo em Chiclayo, no noroeste do Peru, entre 2015 e 2023. A sua vivência pastoral em uma realidade marcada por desigualdades e desafios sociais consolidou sua imagem como um defensor do diálogo e da inclusão, características vistas como essenciais para o futuro da Igreja.
O novo Papa Leão XIV foi convocado a Roma pelo próprio Francisco em 2023 para liderar o Dicastério para os Bispos, órgão responsável por avaliar e indicar os nomes que compõem o episcopado mundial. Esse cargo estratégico deu a Prevost uma visão ampla sobre os desafios globais enfrentados pela Igreja Católica, além de estreitar seus laços com diversos cardeais de diferentes continentes. A escolha de seu nome no Conclave foi vista como um gesto de continuidade da agenda reformista de Francisco, especialmente em temas como justiça social, descentralização do poder e fortalecimento da missão da Igreja junto às periferias.
O anúncio da eleição de Robert Prevost como Papa teve forte repercussão internacional. Especialistas apontam que a escolha de um papa americano é historicamente significativa, considerando o peso cultural e político dos Estados Unidos no cenário mundial. Além disso, a sua experiência em contextos latino-americanos pode facilitar pontes com países em desenvolvimento e reforçar o papel da Igreja nas causas sociais. Com a escolha de Leão XIV, os cardeais parecem ter buscado um perfil capaz de dialogar com múltiplas realidades sem abrir mão dos valores fundamentais do catolicismo. A expectativa agora recai sobre os primeiros pronunciamentos do novo pontífice, que deverão indicar os rumos de seu pontificado.
A eleição de Papa Leão XIV acontece em um momento delicado para a Igreja Católica, que enfrenta desafios como a queda no número de fiéis, escândalos de abuso, e o avanço do secularismo em diversas regiões do mundo. Nesse cenário, o novo Papa terá a missão de fortalecer a unidade interna da Igreja, ampliar o diálogo com outras religiões e redesenhar estratégias de evangelização para o século XXI. Sua formação multicultural, somada ao estilo reservado e à profunda experiência pastoral, pode representar um equilíbrio entre tradição e mudança. Com a fumaça branca desta quinta-feira, inicia-se uma nova era no Vaticano — e os olhos do mundo se voltam agora para o que virá com o pontificado de Leão XIV.

Fonte: Bahia.ba | Reprodução: On City